Pré-candidatos a prefeito de Nova Friburgo destacam os desafios e as soluções para a cidade

Nesta segunda reportagem sobre as eleições 2024 em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, os sete pré-candidatos a prefeito abordam os maiores desafios da administração pública e possíveis soluções para a cidade.

Os pré-candidatos destacaram a saúde como um dos principais problemas a serem enfrentados, seguida pelas áreas de educação, transporte, limpeza, degradação de espaços públicos, entre outras.

Responderam ao Portal Multiplix: Alexandre Cruz (Cidadania), Johnny Maycon (PL), Maria Amélia (PSOL), Patrick do NOVO (Novo), Sérgio Louback (Republicanos), Wanderson Nogueira (PDT) e Zé Alexandre (PT).

Na primeira matéria, os pré-candidatos de Friburgo tiveram o mesmo espaço para apresentar as suas biografias.

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Eleições 2024: conheça os sete pré-candidatos a prefeito de Nova Friburgo

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os partidos políticos e as federações têm até o dia 5 de agosto para realizar convenções, com o objetivo de decidir sobre a formação de coligações e escolhas de candidatas e candidatos aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador.

As candidaturas deverão ser registradas na Justiça Eleitoral até 15 de agosto.

Veja quais são os maiores desafios e as soluções para Nova Friburgo, segundo os sete pré-candidatos:

As respostas abaixo estão em ordem alfabética, seguindo o nome a ser utilizado na campanha. Todos tiveram o mesmo espaço para expor as suas ideias.

Alexandre Cruz (Cidadania)

Pré-candidato Alexandre Cruz (Cidadania) destaca desafios na saúde, educação, mobilidade urbana e preservação de espaços públicos | Foto: Divulgação/Pré-candidato

Desafios:

"Nova Friburgo enfrenta desafios significativos em várias áreas, impactando a qualidade de vida de seus habitantes. Na saúde, a falta de infraestrutura e recursos é um problema crítico, dificultando o acesso a serviços de qualidade, especialmente nas áreas periféricas. A centralização dos serviços de saúde agrava essa situação, criando desigualdades no acesso aos cuidados.

A baixa valorização da atenção básica também é um problema, pois impede uma abordagem preventiva e integral da saúde. Na educação, a implementação da educação primária em tempo integral é um desafio, necessitando de investimentos em infraestrutura escolar, capacitação de professores e atividades extracurriculares.

Mobilidade urbana, ruas congestionadas, transporte público precário, dificultando a locomoção dos cidadãos. Zeladoria sofre com a falta de conscientização e engajamento da população, de infraestrutura e serviços de manutenção inadequados, afetando a qualidade de vida e a preservação dos espaços públicos."

Soluções:

"Na saúde, investir em infraestrutura e recursos nos hospitais, clínicas e postos de saúde para oferecer serviços de qualidade. Descentralização dos serviços de saúde é fundamental, fortalecendo as unidades nos bairros e ampliando a oferta de especialidades médicas. Valorização da atenção básica deve ser priorizada, prevenção de doenças, promoção de estilos de vida saudáveis.

Investir na educação primária em tempo integral, estrutura física das escolas, capacitando professores e oferecendo atividades extracurriculares para garantir qualidade.

Mobilidade urbana, é fundamental investir em soluções sustentáveis e eficientes, melhorando a infraestrutura viária, implementando sistemas de transporte público eficazes e promovendo alternativas de mobilidade, como ciclovias e calçadas seguras.

Zeladoria, é necessário promover a conscientização e o engajamento da população, planejar serviços de manutenção constantes para assegurar que os espaços públicos sejam bem cuidados e preservados."

Johnny Maycon (PL)

Pré-candidato à reeleição, prefeito Johnny Maycon (PL) destaca desafios na mobilidade urbana, saúde e educação | Foto: Divulgação/Pré-candidato

Desafios:

"A mobilidade urbana é um dos maiores desafios, com uma alta quantidade de veículos registrados proporcionalmente à população, ruas estreitas e poucas vias alternativas.

A saúde pública também enfrenta dificuldades devido à demanda crescente, atendendo 13 municípios, além de uma rede sucateada, falta de profissionais, salários defasados e falta de insumos. Apesar dos avanços, como a ampliação de leitos de CTI e o aumento de atendimentos médicos para mais de 1 milhão no último ano, ainda há muito a ser feito.

A educação é outro grande desafio, herdamos uma rede precária que necessitou de muitos recursos e esforços para reformar prédios e construir novas unidades, somando mais de R$ 45 milhões em investimentos."

Soluções:

"Para a mobilidade, destacamos o Plano de Mobilidade e Acessibilidade Urbana, visando melhorar a fluidez do trânsito. Com o novo contrato de transporte público, incentivaremos o uso de coletivos e reduziremos a circulação de ônibus no Centro.

O aumento de 400% no salário dos médicos da rede primária tornou o município atrativo, e com concursos públicos estamos preenchendo a carência de especialidades. Planejamos melhor assistência à população com a UPA de Olaria, em construção, e a unidade de urgência em Lumiar, expandindo unidades primárias com equipes completas.

Na educação, com reformas, aquisições e construções, estamos criando novas turmas na rede. O chamamento dos aprovados no concurso público está cobrindo a falta de profissionais, especialmente professores e mediadores, aumentando a quantidade de vagas e, dentro de um planejamento estratégico, zerando as filas."

Maria Amélia (PSOL)

Pré-candidata Maria Amélia (PSOL) destaca saúde, educação e transporte como desafios | Foto: Divulgação/Pré-candidato

Desafios:

"Nova Friburgo enfrenta atualmente muitos desafios, no entanto é preciso destacar os serviços da saúde, educação e transporte. Na saúde, temos a falência do Raul Sertã. Faltam profissionais em geral. Consultas ambulatoriais têm agendamento precário e longa espera.

A maternidade, que é referência na região, foi recentemente interditada por determinação do Ministério Público do Trabalho. Na saúde mental, a situação não é diferente. O programa Médicos de Família e os postos de saúde tiveram seus atendimentos restringidos.

Na educação, algumas das creches que Drª Saudade construiu estão fechadas, outras malconservadas. Muitas escolas estão sem manutenção, outras com funcionamento precário. O piso salarial do magistério não é pago. O pessoal de apoio ganha baixíssimos salários.

O transporte público continua caro e não atendendo às necessidades da população. Ônibus incendeiam ou quebram no meio do trajeto e há poucos horários."

Soluções:

"É preciso reorganizar o quadro de profissionais do Raul Sertã médicos, enfermeiros e equipe de apoio, garantir que o hospital funcione com qualidade, material suficiente e tratamento humanizado. É urgente descentralizar a rede, fortalecendo o programa de Saúde da Família. Na maternidade, adotar ação firme e imediata para que volte a oferecer tratamento com qualidade que já teve.

Na saúde mental, ampliar a rede de atendimento psiquiátrico, multiplicando a abrangência dos CAPS, e implementar os consultórios de rua, entre outras.

Na educação, restabelecer o funcionamento das creches existentes e construir novas unidades, para demanda reprimida. Garantir aos profissionais remuneração estabelecida em lei. Oferecer educação de qualidade com infraestrutura adequada. Ampliar o programa de Educação de Tempo Integral.

O transporte necessita fiscalização da qualidade do serviço e, gradativamente, implementar a tarifa zero."

Patrick do NOVO (Novo)

Pré-candidato Patrick do NOVO (Novo) destaca a saúde pública como desafio | Foto: Divulgação/Pré-candidato

Desafios:

Saúde Pública.

Soluções:

"Orçar o quanto de investimento precisa ser realizado para reformar as unidades e fornecer os materiais necessários para que os profissionais trabalhem adequadamente. Principalmente maternidade e Raul Sertã.

Introduzir a telemedicina como ferramenta para melhorar o acesso ao atendimento médico, com foco especial em regiões isoladas, garantindo que mais pessoas tenham acesso a consultas e orientações médicas, desafogando o atendimento presencial.

Visitas domiciliares para o acompanhamento da saúde de grupos vulneráveis, como idosos, gestantes e crianças, realizando prevenção de problemas de saúde levando tecnologia disponível para realização e diagnóstico dos exames na hora, sem necessidade de deslocamento a laboratórios.

De onde irá sair o dinheiro para investir na saúde com qualidade? Da digitalização de toda a rede pública de saúde, controle centralizado de gastos, exoneração de todos os servidores públicos 'cabide de emprego' e encerramento de todas as secretarias inúteis."

Sérgio Louback (Republicanos)

Pré-candidato Sérgio Louback (Republicanos) destaca a "má gestão" como desafio | Foto: Divulgação/Pré-candidato

Desafios:

"Quando me perguntam qual é o principal desafio de Nova Friburgo, a resposta é clara: má gestão. Este problema deixou nossa cidade com ruas esburacadas, escolas precárias e hospitais com problemas sérios.

É um exemplo de como a gestão inadequada prejudica serviços essenciais, não por falta de verba, mas por falta de eficiência na aplicação dos recursos. Quando minha esposa teve câncer, fizemos o tratamento pelo SUS no Rio Grande do Norte. Essa experiência mostrou que uma boa gestão é possível com vontade e uma equipe técnica.

Em Nova Friburgo, enfrentamos o oposto. Pequenos empresários sofrem com burocracia excessiva e falta de incentivos. O turismo, importante fonte econômica, é negligenciado, e realizado de forma desestruturada.

Apesar dos desafios, a resiliência do povo de Nova Friburgo é inspiradora. Juntos, podemos transformar nossa cidade em um lugar melhor, com uma gestão pública eficiente e responsável, que realmente atenda às necessidades da nossa comunidade."

Soluções:

"Para resolver os problemas de gestão em Nova Friburgo, é fundamental começar pelo básico e assegurar que a cidade seja colocada nos trilhos. A boa gestão é um dos princípios fundamentais de um bom governante. Implementarei projetos essenciais para restaurar transparência, eficiência e participação popular na administração pública.

Estabelecerei um sistema completo de transparência das contas públicas, acessível a todos os cidadãos, para garantir a fiscalização. Farei uma reforma administrativa para otimizar processos internos e reduzir desperdícios, priorizando o mérito e a competência. Introduzirei canais eficazes de participação, como audiências públicas e consultas populares, para envolver os cidadãos nas decisões.

Investirei na capacitação dos servidores e na adoção de tecnologia na saúde. Como membro comprometido desta comunidade, estou determinado a construir um futuro melhor para Nova Friburgo, com uma gestão humanizada, sólida e responsável."

Wanderson Nogueira (PDT)

Pré-candidato Wanderson Nogueira (PDT) destaca saúde, educação e limpeza urbana como desafios | Foto: Divulgação/Pré-candidato

Desafios:

"O caos na saúde com o fechamento da maternidade e as exigências do Ministério Público do Trabalho sobre o Hospital Raul Sertã são as grandes urgências no município. O desrespeito com nossos profissionais da educação e o abandono da limpeza pública, entre outros problemas, também precisam de ações rápidas.

Mas prefiro encarar como 'O GRANDE DESAFIO', unir a população em torno de um mesmo objetivo, um sonho, com um plano para tornar esta uma das melhores cidades do país.

O friburguense parou de sonhar porque a mediocridade invadiu a administração pública. Hoje, quando o governo cumpre alguma obrigação, já recebe aplausos. A expectativa do povo está baixa por pura desilusão, fazer o mínimo 'NÃO É MUITO, É O MÍNIMO, É OBRIGAÇÃO'.

Não precisa ser assim! Vamos resgatar a paixão do friburguense por Nova Friburgo."

Soluções:

"Recuperando o passado, consertando o presente e iniciando o futuro, já.

É preciso moralizar, reorganizar e agir com rapidez no hospital, na maternidade e na rede de atendimento de saúde, faltam médicos especialistas.

Os idosos e as crianças do espectro autistas não têm a atenção devida, 'É DESUMANO'.

Na educação, precisamos restabelecer o diálogo e o respeito com nossos professores, recuperar as escolas e melhorar a merenda das nossas crianças.

A prefeitura precisa assumir a responsabilidade com a mobilidade urbana, não basta só culpar a concessionária. Das linhas, a frequência, construir, manter pontos de ônibus e melhorar as condições de tráfego com a manutenção das vias e abertura de novas ruas e estradas. Do contrário não sairemos do lugar, literalmente.

O futuro passa por recuperar o passado! E faremos isso imediatamente após assumir o governo.

Bons negócios, bons investimentos e bons empregos dependem disso. A roda gira se o caminho estiver bem pavimentado e é isso que vamos fazer."

Zé Alexandre (PT)

Pré-candidato Zé Alexandre (PT) destaca saúde, transporte público e a ausência de políticas públicas como desafios | Foto: Divulgação/Pré-candidato

Desafios:

"Entre visitas aos bairros, entidades de classe, terceiro setor e profissionais liberais identificamos muitos temas abordados de eleições passadas não superados nas últimas gestões. Completa ausência de projetos de médio e longo prazo, debatidos junto a sociedade, com a proteção social em sintonia com as vocações.

O maior está na gestão da saúde pública. Não há planejamento estratégico à atenção primária e faltam suprimentos ao enfrentamento da urgência a alta complexidade. Os profissionais da saúde não dispõem do básico à população.

O transporte público: caro e precário. O descaso com os usuários começa nos pontos de ônibus sem iluminação e assento, pela espera dos coletivos em estado deplorável com risco de acidentes. Faltam oportunidades de trabalho.

Não existem políticas públicas à habitação social, pessoas em situação de rua e às mulheres que sofrem com a violência doméstica e baixos salários. Espaços públicos degradados, e a falta de projetos aos jovens e a terceira idade."

Soluções:

"Na condição de pré-candidato tenho buscado compreender as reais necessidades da população e estudar a execução do orçamento. Percebo a falta de planejamento na estruturação da peça orçamentária e a inexistência de programa de gestão de metas.

A falta de interlocução política impede a captação de novos recursos junto ao governo federal, que detém a maior parte do orçamento. Na administração pública, como no setor privado, temos duas premissas: a gestão eficiente dos gastos e ampliação na base da receita.

Quando não se sabe qual caminho se deve percorrer qualquer lugar é aceitável. É assim que percebo o atual governo. As soluções imediatas passam pela melhor aplicação dos recursos disponíveis, atendendo em primeiro plano a população mais carente e os usuários do serviço público.

Um plano ambicioso e ao mesmo tempo realístico, precisa ser apresentado a sociedade. Os servidores municipais precisam estar motivados e cientes da sua participação no processo de reconstrução."

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