Dados do IBGE indicam Angra dos Reis, Teresópolis e Arraial do Cabo como as cidades mais favelizadas do estado
Estado do Rio ocupa a segunda posição no ranking de maior número de favelas e comunidades urbanas
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na sexta-feira, 8, os dados do suplemento do Censo 2022. Uma das informações levantadas pelo censo é o recorte "Favelas e Comunidades Urbanas (FCUs)", que aponta a existência de 12.348 favelas e comunidades urbanas no Brasil.
O levantamento aponta o crescimento dessas áreas em todo o país. No estado do Rio, cidades turísticas conhecidas como Angra dos Reis (na Costa Verde), Teresópolis (na Região Serrana) e Arraial do Cabo (na Região dos Lagos) foram destaques nesse aumento.
As informações foram coletadas entre os dias 1º de agosto de 2022 e 28 de maio de 2023, com a incorporação das revisões realizadas no ano passado, entre 29 de maio e 7 de julho.
Segundo o IBGE, atualmente, a população do país cresceu e é formada por 203.080.756 habitantes. As mulheres são maioria com 51,5%, enquanto os homens representam 48,5%.
De acordo com o instituo, as FCUs são:
Territórios populares originados das diversas estratégias utilizadas pela população para atender, geralmente de forma autônoma e coletiva, às suas necessidades de moradia e usos associados (comércio, serviços, lazer, cultura, entre outros), diante da insuficiência e inadequação das políticas públicas e investimentos privados dirigidos à garantia do direito à cidade.
Ainda segundo o estudo, nesses locais residem 8,07% da população do país, ou seja, 16.390.815 pessoas.
Os estados de São Paulo com 3.123 favelas e comunidades urbanas, seguido pelo Rio de Janeiro com 1.724, ocupam o topo do ranking.
Os outros oito são Pernambuco (849), Pará (723), Ceará (702), Minas Gerais (653), Paraná (636), Bahia (572), Espírito Santo (516) e Rio Grande do Sul (481).
Estado do Rio
No estado, os números do Censo de 2022 mostram uma tendência de aumento de pessoas que moram em favelas fluminenses. O crescimento dessas comunidades ocorreu longe da capital, que perdeu 43 mil moradores.
Mesmo tendo perdido habitantes, a capital ainda concentra o maior número de FCUs, são 813. Considerando o número de domicílios, as duas maiores favelas do Brasil ficam na cidade; a primeira é a Rocinha, na zona Sul, com 30.371, e em seguida é a Rio das Pedras, na zona Oeste, com 23.846.
No estado, Niterói e São Gonçalo ocupam o segundo e o terceiro lugar, respectivamente, na lista de municípios com o maior número de comunidades.
Ainda de acordo com as informações do Censo, esses municípios não são os mais favelizados do Rio de Janeiro, ou seja, não possuem maior concentração urbana.
Os dados apontam para Angra dos Reis, na Costa Verde, com 42% dos habitantes morando em favelas. Seguido por Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, com 33%, e Teresópolis, na Região Serrana, com 31%. Essas são as cidades com o maior índice de favelização.
O Portal Multiplix detalhou as informações do censo demográfico de algumas cidades de sua área de cobertura. Acompanhe:
Arraial do Cabo:
População residente: 30.986 pessoas
Favelas: 9
Domicílios em favelas: 25,26%
População que reside em favelas: 33,81%, o que corresponde a aproximadamente 10.476 pessoas.
Teresópolis:
População residente: 165.123 pessoas
Favelas: 49
Domicílios em favelas: 25,44%
População que reside em favelas: 31,11%, o que corresponde a aproximadamente 51.370 pessoas.
Nova Friburgo:
População residente: 189.939 pessoas
Favelas: 7
Domicílios em favelas: 2,71%
População que reside em favelas: 3,12%, o que corresponde a aproximadamente 5.930 pessoas.
A reportagem procurou as prefeituras das cidades de Arraial do Cabo, Teresópolis e Nova Friburgo, além da Secretaria de Estado de Habitação e Interesse Social (Sehis) para explicarem, na visão dos gestores destas instituições, quais foram os principais fatores que contribuíram para o avanço de favelas nos locais citados na matéria, quais são as principais políticas habitacionais empregadas pela atual gestão e qual foi o valor do orçamento (municipal e do estado) empregado em habitação. Até o momento, apenas a Sehis respondeu parte dos questionamentos.
Segundo a secretaria, "atualmente, mais de R$455 milhões estão sendo investidos na construção de moradias e cerca de R$75 milhões na reforma de condomínios habitacionais. Quase R$50 milhões estão sendo empregados na execução de obras de contenção de encostas".
A Sehis informou ainda que o governo do estado promove o Programa Habita+ com as seguintes linhas de ação: construção de moradias, reforma de condomínios habitacionais, projeto de trabalho técnico social, Habita+ subsidiado, implantação do Sihab-RJ e Athis.
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