MPRJ recomenda que Prefeitura de Teresópolis reavalie contratações com indícios de nepotismo
Órgão apura, por meio de inquérito civil, denúncias de nomeações de parentes em cargos de algumas secretarias municipais

Na última quarta-feira, 30, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) informou que expediu, em 7 de abril, uma recomendação à Prefeitura de Teresópolis, na Região Serrana do Rio, para que seja reavaliada a legalidade das contratações e nomeações realizadas desde 1º de janeiro de 2025, já no governo de Leonardo Vasconcellos (União).
De acordo com o órgão, foi instaurado um inquérito civil "que apura denúncias de nomeações de parentes em cargos públicos nas secretarias de Saúde, Obras e Serviços Públicos, Assistência Social e Direitos Humanos, além da Procuradoria-Geral do Município".
A recomendação foi feita pela 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Teresópolis e refere-se aos cargos temporários e de livre nomeação e exoneração. Além disso, tem como base a súmula vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal (STF), que trata da vedação ao nepotismo.
Ou seja, para o STF a nomeação para cargo público "de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal".
Segundo o Ministério Público, além da reavaliação das nomeações já realizadas, foi recomendado ao prefeito Leonardo Vasconcellos que exija de todos os ocupantes de cargos públicos não eletivos uma declaração formal:
O documento deve atestar a inexistência de vínculo familiar, até o terceiro grau, com a autoridade responsável pela nomeação ou com outro servidor da mesma estrutura administrativa.
A promotoria ressaltou que a prática de nepotismo viola os princípios constitucionais da impessoalidade, moralidade e eficiência na administração pública.
O MPRJ ainda comunicou que o município tem um prazo de 30 dias, desde 7 de abril, para informar se acatará a orientação e quais providências adotará.
O Portal Multiplix solicitou um posicionamento sobre o caso ao governo de Teresópolis que, em nota na tarde desta sexta-feira, 2, respondeu:
A prefeitura informa que, por meio de sua Procuradoria, já apresentou os devidos esclarecimentos ao Ministério Público sobre a recomendação em questão. Reafirma que, desde 1º de janeiro de 2025, adota rigorosamente os critérios de qualificação e nomeação indicados pelo MP. A Administração permanece atenta à jurisprudência do STF, em especial à súmula vinculante nº 13, e mantém o compromisso de corrigir prontamente qualquer eventual desconformidade, reavaliando permanentemente todos os casos que possam suscitar dúvidas sobre o tema.
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