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Nova Friburgo tem 12 onças-pardas catalogadas em áreas do Parque Estadual dos Três Picos

Recentemente, outros 21 felinos foram registrados por armadilhas fotográficas também na região

Por Erika Amaral
23/09/24 - 16:02

O Parque Estadual dos Três Picos (PETP) ocupa uma área de mais de 65 mil hectares, na parte central do estado do Rio de Janeiro. Estende-se em partes dos municípios de Nova Friburgo, Teresópolis, Guapimirim, Cachoeiras de Macacu e Silva Jardim.

Nas áreas do parque em Nova Friburgo, na Região Serrana, o projeto Aventura Animal, em parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), catalogou 12 onças-pardas com 20 armadilhas fotográficas. Além disso, outros 21 felinos, entre gatos-do-mato e gatos-mararacajás, também foram vistos recentemente.

Juran Santos é fotógrafo de natureza e responsável pelo Projeto Aventura Animal  Juran Santos é fotógrafo de natureza e responsável pelo Projeto Aventura Animal | Foto: Arquivo pessoal

O Portal Multiplix conversou com Juran Santos, fotógrafo de natureza e responsável pelo projeto Aventura Animal, que monitora animais na região há oito anos, sendo seis deles por meio do projeto, para saber mais detalhes deste trabalho de catalogação.

Segundo o fotógrafo, o monitoramento de onças no parque estadual acontece desde 2019, e o avistamento desses animais é frequente.

As áreas mais comuns onde esses animais são fotografados são a Caledônia e o núcleo de montanhas dos Três Picos, em Salinas. Também já foram registradas na parte alta da Reserva Ecológica do Guapiaçu (Regua), região que faz divisa com o parque estadual.

Juran explicou que "a pesquisa é muito difícil, porque as onças-pardas são basicamente iguais entre si, mas os tamanhos de machos e fêmeas são um identificador.

O fotógrafo explica que também observa "se há sinais de brigas em suas pelagens e que o pompom da cauda faz muita diferença: se for maior ou menor, ou se a cauda é toda escura". Juran conta ainda um pouco do seu trabalho:

Faço comparações detalhadas pelas imagens capturadas e programas que utilizo. Exatamente para poder ter certeza e convicção que aquele animal é um novo indivíduo entre os demais.

As áreas mais comuns onde esses animais são fotografados são a Caledônia e o núcleo de montanhas dos Três Picos, em Salinas. Também já foram registradas na parte alta da Reserva Ecológica do Guapiaçu (Regua), região que faz divisa com o parque estadual.

Como são avistadas

Alguns pontos dessas regiões são áreas de visitação turística e suas trilhas são bastante procuradas, contudo, sobre a onça, Juran explica que é "raríssimo vê-la, é mais fácil ouvi-la", e, geralmente, o animal deixa sinais por onde circula, "a gente vê com frequência a marcação de território, fezes e rastros, e se tratando de Brasil, este felino é muito tranquilo. A tendência é sempre fugir dos seres humanos".

Andar por estes caminhos é seguro. Acontece com muita frequência de as pessoas passarem e logo em seguida a onça também atravessar a mata.

Segundo o fotógrafo, os registros são feitos de maneira separada. Normalmente o macho aparece mais nas câmeras por "questões territoriais. E, quando são flagrados juntos às fêmeas, é em época de acasalamento", explica.

Animal fotografado recentemente "essa onça é bem grande, muito alta e muito forte" Animal fotografado recentemente "essa onça é bem grande, muito alta e muito forte" | Foto: Juran Santos/Projeto Aventura Animal

O último registro no parque dos Três Picos foi de um animal com porte realmente diferenciado. Essa espécie que vive na mata atlântica é menor e mais forte. Porém, essa onça é bem grande, muito alta e muito forte.

Ainda de acordo com Juran Santos, "é possível que esses animais nem habitem no local próximo às câmeras, mas passam com frequência devido à caça, à exploração de território ou até mesmo procurando por grutas. Outra curiosidade é que não vivem muito tempo, cerca dez ou 11 anos apenas, e as fêmeas têm até dois filhotes ao longo da vida".

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