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Canhão histórico é levado de Nova Friburgo para Cabo Frio após 72 anos; entenda o caso

Artefato foi retirado de Cabo Frio em 1953 por um grupo de alunos do antigo Colégio Nova Friburgo

Por Rômullo Espíndola
09/05/25 - 13:37
Canhão histórico é levado de Nova Friburgo para Cabo Frio após 72 anos; entenda o caso Operação de resgate e transporte levou quase 12 horas, segundo a prefeitura | Foto: Divulgação/Prefeitura de Cabo Frio

Setenta e dois anos após ter sido retirado das areias da Praia do Forte, em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, um canhão histórico pertencente ao acervo cultural da cidade foi levado de volta ao município. O artefato havia sido retirado de Cabo Frio em 1953 por um grupo de alunos do antigo Colégio Nova Friburgo (CNF).

A repatriação do objeto, símbolo do passado militar e da formação urbana cabo-friense, foi realizada por meio da Secretaria da Cidade. O trabalho teve articulação direta da Prefeitura de Cabo Frio e contou com o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan.

A operação de resgate e transporte levou quase 12 horas. O canhão chegou à sede da Companhia de Serviços de Cabo Frio (Comsercaf) já no período da noite de segunda-feira, 5, onde ficará sob cuidados técnicos antes de passar por um processo de restauração. O objetivo é garantir a conservação adequada da peça, que será reintegrada ao acervo do município.

O governo cabo-friense afirma que, de acordo com documentos oficiais do Iphan, o artefato foi retirado de Cabo Frio em 1953 por um grupo de alunos do antigo Colégio Nova Friburgo, então mantido pela Fundação Getúlio Vargas.

Por décadas, o objeto ficou exposto sobre um pedestal de granito no jardim do colégioPor décadas, o objeto ficou exposto sobre um pedestal de granito no jardim do colégio | Foto: Divulgação/Prefeitura de Cabo Frio

Durante uma excursão escolar, os estudantes, com apoio de um dos professores da unidade na época e do motorista do caminhão da viagem, içaram o canhão e o transportaram para a cidade serrana.

Por décadas, o objeto ficou exposto sobre um pedestal de granito no jardim do colégio, tornando-se um símbolo local.

Com o encerramento das atividades educacionais do colégio, em 1977, o canhão foi transferido para a sede do Clube de Regatas do Flamengo, no bairro da Gávea, capital do estado.

Posteriormente, com a reabertura do colégio, o artefato retornou a Nova Friburgo.

Mais recentemente, uma vistoria técnica do Iphan constatou o estado de degradação da peça e recomendou sua limpeza, restauro e devolução ao território original.

A devolução do canhão, que sempre foi reivindicada por historiadores e pela própria Prefeitura de Cabo Frio, tornou-se uma meta concreta da atual gestão municipal. O retorno representa a reparação de uma perda histórica e simbólica sofrida pela cidade em meados do século passado, avalia a prefeitura.

Para o vice-prefeito Miguel Alencar (União), a repatriação vai além da recuperação de um objeto físico e representa o resgate de parte da alma cabo-friense:

Esse canhão faz parte da história do nosso povo. Ele viu o tempo passar e foi testemunha de acontecimentos importantes da nossa cidade. Trazer esse patrimônio de volta é um compromisso com a preservação da nossa identidade e um gesto de respeito à nossa cultura.

Nesta quinta-feira, 8, a administração cabo-friense realizou uma ação especial promovendo o retorno oficial do canhão à cidade. "O evento celebrou não apenas a chegada de um artefato, mas o resgate de um símbolo histórico, um gesto de respeito à memória", publicou a prefeitura.

Ex-alunos do colégio insatisfeitos

Ao Portal Multiplix, o ex-aluno da unidade e atual presidente da Associação de Ex-alunos, Professores e Servidores do CNF, Luiz Otávio de Souza, disse que a permissão dada pela FGV ao governo cabo-friense para retirada da peça decepciona:

Acreditávamos que a decisão do presidente da FGV em sustar no ano passado o retorno para Cabo Frio fosse definitiva e, em razão disso, interrompemos as tratativas que fizemos para transferir a tutela da peça de artilharia para o Tiro de Guerra. Tudo havia ficado autorizado para a permanência na cidade. Mais uma vez a atitude da FGV nos decepciona e comprova a falta de afetividade com as questões do CNF.

A reportagem entrou em contato com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que confirmou ter atuado no processo de repatriação do canhão histórico do Forte São Mateus:

A atuação do instituto teve o objetivo de apoiar tecnicamente a restituição do bem cultural. O Iphan contribuiu com a identificação e localização do canhão, a realização de vistorias técnicas e o acompanhamento de seu translado.

A reportagem também procurou a Fundação Getúlio Vargas, na manhã dessa quinta-feira, 8, para obter mais informações sobre a transferência do artefato de uma cidade para outra, mas ainda não obteve resposta.

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