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Coisas de valor

Por George dos Santos Pacheco
01/01/25 - 08:00

"Dou valor as coisas, não por aquilo que valem, mas por aquilo que significam." (Gabriel García Márquez)

Convenhamos: esse negócio de Natal e Ano-Novo é pura convenção social. Está certo, o Natal tem origem na festividade pagã do solstício de inverno, o Natalis invicti Solis, sendo ressignificado no século III e incorporando costumes de diversas culturas até se tornar o que é hoje. O Ano-Novo, então, é celebrado desde o Império Romano, a Pedra da Caledônia nem existia ainda. Mas que as festas de fim de ano assumiram contornos comerciais, ah, isso ninguém pode negar.

A exploração comercial cria uma atmosfera de consumo excessivo. É bem possível, porém, (quem sou eu pra negar) que no meio desse capitalismo selvagem, se abra uma janela mágica e astral no Universo, em que seja possível a abstração de opiniões políticas contrárias, o encontro de pessoas distantes há sei lá quanto tempo, as selfies de família, a venda de artigos questionáveis para presentes. Eu acredito que sim, nobilíssimo terráqueo. Entretanto, ultimamente a tal janela tem se aberto logo depois do dia das crianças, Simone e John Lennon ficam roucos de cantar em alto-falantes por quase dois meses; sorte a deles (e nossa) haver marchinhas de Carnaval e sambas-enredos para os renderem.

Nesse ponto, o senhor deve estar murmurando "pô, mas que sujeito chato", entretanto, há de concordar que se sente constrangido e manipulado por toda essa indústria comercial, por mais que coloque a sensação no canto do prato. Ou não? A mídia molda comportamentos e induz nossas necessidades, e disso faz parte todo esse calendário festivo. Alguns feriados parecem as luzes de uma granja que nunca se apagam. Isso, encontrei a analogia perfeita: estou me sentindo um frango de granja consumindo até ganhar peso para o abate.

Deixe estar, amigo leitor, os parágrafos anteriores são comentários incidentais que ficarão perdidos nas areias do tempo. García Márquez disse, não me recordo se em um livro ou numa postagem em rede social, que a vida não é o que a gente viveu e sim o que a gente se lembra, e como se lembra para poder contá-la. E o que o senhor vai lembrar dessa crônica e das festas de fim de ano são a reconciliação com parentes, as passas no arroz, as promessas irrealizáveis, as pessoas que nos fizeram falta, os abraços, os beijos, os brindes – até a carraspana daquele tio engraçado. E faz bem viver tudo isso, independente do motivo ou ocasião. São coisas de valor, e aquilo que tem valor, não tem preço.


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