Aquela festa
Era o casamento de um amigo do trabalho. Na época, morávamos em São Gonçalo, região metropolitana do Rio e, para começo de conversa, basta dizer que eu ainda estava me situando na cidade – um eufemismo bem cara de pau. Sendo bem franco, sentia-me feito um gato sem bigodes. As ruas, avenidas, travessas, elas todas pareciam-me iguais. Tudo bem, isto não me absolve. Nesse contexto, no fatídico dia, eis que eu e Dona Maria, emperiquitados à altura do evento, nos aventuramos pelas ruas da cidade, felizes e sorridentes, até o endereço do convite de fontes douradas em alto relevo. O amor é fogo que arde sem se ver.
Preferimos não comparecer à cerimônia religiosa (que coisa feia, não é?) e seguimos direto para onde os noivos receberiam os cumprimentos, na Alfredo Backer. Ou era Raul Veiga? Pois bem. Sentamo-nos a uma das mesas e logo os garçons começaram a servir bebidas e petiscos. Ignorei os curiosos olhares dos outros comensais e não me fiz de rogado.
– Ô, meu amigo! Muito obrigado! Você é o melhor! – agradeci ao rapaz, dando aquela estratégica puxada de saco e rapidamente levei um pito da minha mulher.
– Para com isso! – repreendeu-me. Sorri e ato contínuo, degustei as coxinhas de frango, observando os outros convidados. Notei que não havia nenhum outro colega de trabalho ali, e achei aquilo uma tremenda sacanagem. Fernando era gente boa, pô, não merecia isso. Pensei em comentar com a mulher, mas antes de abrir a boca ela se adiantou. Acho que as mulheres devem vir equipadas de fábrica com uma espécie de antena que nós homens não temos. – Você já viu algum amigo seu aqui?
– Não. – respondi, após breve hesitação, juntando a coxinha pro canto da boca. Tomei outro aperto por falar de boca cheia.
– Tem certeza que estamos no lugar certo? – perguntou em tom de censura, no momento em que os noivos chegavam ao salão, ambos descendentes de orientais. Todos aplaudiam de pé! Ora, cacetas. Fernando e a mulher eram nordestinos e nem sequer chegavam perto de ter os olhos puxados. Imaginem a nossa cara.
Entreolhamo-nos, encabulados, e aproveitamos a distração que a chegada do casal provocou para sair de fininho (não sem antes eu pegar uma última coxinha e levar outro sabão da minha mulher). Conferido novamente o convite, fomos desta vez para a festa certa, na Raul Veiga. Ou teria sido Alfredo Backer? Bem, não importa agora. Não mais.
A gente passa vida se perguntando se está no lugar certo. Nos relacionamentos, no trabalho, nos clubes e confrarias. Raramente descobrimos logo de cara, às vezes é preciso morder uma ou duas coxinhas para isso, as vezes até mais. A convicção, porém, de estar no lugar certo... ah, caros, leitores! É inestimável! Foi assim aquele dia, e assim o é também agora. E mais ainda: a satisfação de poder comemorar junto. A festa hoje é do Portal Multiplix, que surgia há exatos dois anos, com a visão de futuro de levar conhecimento e informação de qualidade às pessoas, “caminho fundamental para uma sociedade mais justa, plural, e democrática”.
Nas palavras de Machado de Assis, “o jornal é a verdadeira forma da república do pensamento. É a locomotiva intelectual em viagem para mundos desconhecidos, é a literatura comum, universal, altamente democrática, reproduzida todos os dias, levando em si a frescura das ideias e o fogo das convicções”. E é este o grande feito do nosso jovem e prolífico portal de notícias, indo além dos veículos tradicionais, disponibilizado em multiplataformas, e sendo hoje, sem sombra de dúvidas, um empreendimento administrado profissionalmente e plenamente consolidado.
O Bruxo do Cosme Velho também disse, certa vez, que não era homem de recusar elogios. “Amo-os; eles fazem bem à alma e até ao corpo. As melhores digestões da minha vida são as dos jantares em que sou brindado”. Não é justo, terráqueos? Assim deve ser, cada homem e mulher que compõe o escrete do portal de notícias, pois são eles seu maior patrimônio, a alma da instituição, as pessoas e suas particularidades, aqueles que corporificam a organização.
A Multiplix está no lugar certo. Múltiplo e inovador, empenhado com a verdade e o respeito ao leitor, sopra oxigênio no jornalismo de Nova Friburgo e região. A responsabilidade de se produzir notícia é um compromisso que se renova a cada dia, e que faz efetivamente, deste portal, referência para a formação de uma opinião pública plural e independente. É pois, mais do que justa, para o portal, seus diretores, editores, produtores de conteúdo, e jornalistas, aquela festa. A eles, os merecidos elogios. Que venham mais dois, quatro, oito, setenta anos – quem sabe? Vida longa ao Portal Multiplix!
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