Campanha Março Azul alerta para prevenção do câncer de intestino; 65% dos casos são diagnosticados em estágio avançado
Dados do Inca apontam que mais de 40 mil brasileiros devem receber o diagnóstico desse tipo de tumor neste ano

Cerca de 45 mil novos casos de câncer de intestino devem ser diagnosticados ao longo de 2025, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Esse tipo de neoplasia é o terceiro que mais mata no Brasil, atrás apenas dos tumores de mama e de próstata.
Diante desses dados, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed) e a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) lançaram a campanha Março Azul. A iniciativa alerta para a importância do diagnóstico precoce: as entidades reforçam que os exames de rotina a partir dos 45 anos podem reduzir as taxas de morte por esse câncer no país.
Ainda que o câncer de intestino seja uma das doenças mais frequentes e fatais no país, 65% dos casos são diagnosticados em fase avançada. Quando identificado em estágio inicial, o câncer de intestino tem até 90% de chance de cura
, afirma Marcelo Averbach, um dos coordenadores da campanha nacional.
As principais formas de diagnóstico e prevenção do câncer de intestino, também chamado de câncer colorretal (CCR), é o exame de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia.
De acordo com o presidente da SBCP, Sérgio Eduardo Alonso Araújo, o número de pacientes com menos de 50 anos diagnosticados com a doença tem aumentado. Por esse motivo, diversas sociedades médicas recomendam a realização de exames preventivos mais cedo, a partir dos 45 anos.
Em muitos casos, o câncer de intestino não apresenta sintomas na fase inicial. Por isso, especialistas recomendam que não se deve esperar sinais clínicos para buscar ajuda, mas sim realizar exames preventivos para um diagnóstico precoce.
Segundo a Sobed, o principal sinal é a presença de sangue vivo nas fezes, outros indicativos relevantes são o emagrecimento sem causa conhecida, anemia e alteração nos hábitos intestinais – variações entre intestino preso e diarreia.
Fatores de risco
Além dos exames preventivos, é preciso ficar atento aos fatores de risco. Segundo a Sobed, o CCR pode ser definido como "uma doença relacionada ao estilo de vida", principalmente em relação à forma como a pessoa se alimenta.
O consumo de alimentos ultraprocessados é apontado como um dos principais vilões, não apenas pelo alto teor calórico, mas também pelas substâncias conservantes presentes nesses produtos.
Nesse sentido, as entidades ressaltam que adotar um estilo de vida mais saudável, com prática regular de atividades físicas e uma dieta rica em frutas, verduras e cereais integrais podem reduzir a possibilidade de ter a doença.
Questões como histórico familiar, sobrepeso, sedentarismo, alimentação com excesso de carne vermelha, tabagismo e alcoolismo também podem aumentar as chances do desenvolvimento do tumor.
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